Ads 468x60px

Pages

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Juventude ativista!

 Protestar pacificamente é uma das maneiras que o povo tem de reinvidicar seus direitos, ou demonstrar sua opinião contra o governo, seja ele qual for.
 Obviamente, jovens ativistas que éramos e somos, tivemos nossa história de luta.
 Estudei, entre outras, na escola Augusto Meyer. Escola que me traz ótimas recordações, mesmo tendo visíveis problemas de infra-estrutura e administração.
 Alguns de meus melhores amigos estudaram lá no mesmo período que eu, como o Vinícius, Aurélio, Dudu e Lula.
 Com certeza alguns fatos ocorridos nesse tempo foram, e serão citados aqui, pois inúmeras pérolas foram protagonizadas tendo a Escola Augusto Meyer como picadeiro.
 Teve a vez que furamos a gaita do professor de religião, que insistia em querer tocar músicas de igreja em toda e qualquer aula. Posteriormente ele fez uma rifa para pagar pelo conserto da gaita, fato que nos comoveu tanto, que tirávamos os cabos de vela da moto dele de vez em quando. Era engraçado ver ele "batendo" pedal até a exaustão antes de notar a sabotagem.
 Mas esse post é sobre democracia, ativismo e protestos, e foi nessa mesma escola que nossa veia política aflorou.
Era época de eleições para diretor(a) na escola, e haviam duas candidatas. Uma era a atual diretora pleiteando a reeleição, e a outra era sua vice lutando pela escalada hierárquica.
 O Vinícius e o Aurélio, que nunca foram muito pontuais, estavam a um atraso de serem suspensos. E se atrasaram nas vésperas da eleição.
 Nossa diretora era esperta, e habilidosamente os isentou da suspensão, mas não antes de reforçar para que votassem nela para continuar no topo da administração escolar.
 Chantagem.
 Esse fato chegou aos ouvidos da nossa professora de ciências, que indignada foi de sala em sala incentivando um protesto pacífico, já que estávamos na escola, e aquele era o lugar que deveríamos formar nosso caráter.
 Mediante a possibilidade de "matar" aula, olhei pra rua e vi que alguns timidamente começavam a sair da sala, o que nos encorajou a fazer o mesmo.
 Uns gritavam entoando frases de protesto, outros ficaram sentados conversando com seus amigos. Nós ficamos na sala protestando da maneira errada.
 Pegamos parquês soltos do chão e atiramos no quadro, riscamos paredes e em um ato impensado tentei amassar a lata de lixo na basculante da sala. A lixeira nada sofreu, pena eu não poder dizer o mesmo do vidro da janela.
 Preparamos alguns cartazes que salientavam os 50kg a mais que a diretora alojava em seu corpinho. Escritos da pior maneira possível.
 Não, meus amigos, os cartazes não foram apenas erguidos para que ficassem visíveis a todos, não era o suficiente. Nos esgueiramos por entre algumas pessoas e adentramos a secretaria para colarmos na mesa da diretora, mas infelizmente fomos surpreendidos pela secretária que recolheu todos cartazes.
 E foi assim que o Vinícius e o Aurélio, graças a sua pontualidade britânica, fizeram com que perdêssemos um dia inteiro de aula.
 Perdemos também algumas horas nos dias posteriores, explicando nossa conduta incondizente com "protesto pacícifico", antes proposto pela professora.
 Mas nada aconteceu com nós pois estávamos há um dia de votar para eleger nossa nova diretora. Que perdurou no cargo por quase 10 anos mais.

Ps: Chamar a diretora de "porca gorda baleia assassina" não é uma boa idéia.


Saudosamente divulgado por: Maicon Wallauer

0 intromissões:

Postar um comentário